sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Pra ser poesia


A gente vive como nunca mais
A gente pensa que a vida tanto faz

Mas aí chega a hora de pensar:
O que me fez errar ?

As vezes é tudo ilusão
Obra da nossa imaginação

Mas se a imaginação vem de mim
Por que tão cruel és assim ?

E tudo que aparece
Desapareceu como obra do destino
Veio uma ventania e me esqueceu

As vezes acho que tudo se envaidece
Ainda me lembro da época que eu era um menino
Mas sinto ao pensar que tudo isso desapareceu

As lembranças do passado
Não se encontra no mesmo local
O passado está à caminho
E sempre me leva a mal

Mas se eu passei por isso tudo
Por que ainda fico mudo
Ao lembrar de tudo que passou
Ao perceber que ainda fraco estou ?
 
Desculpa querida vida
A dor que passou
Continua nas minhas mãos
Ao soltar ela, derruba toda minha embarcação.

Embarcação pequena e frágil
Que depois de muito viajar
De imaginar mil e um mundos
Nunca encontrou o seu lugar

Em uma ilha deserta bom se refugiar
Ao encontrar esse lugar
É melhor nos encontrar

Mas onde será que estou ?
Procuro e não vejo
Vejo e não sinto
Sinto mas não vivo
Um dilema mortal é
Apenas sei que sofro, por cada um dos dias que passou

Cada um se encontra
Na alma do seu próprio ser
Vida que tanto se desfez
Se acabou
Se alargou
E saiu por aí, descendo ladeira abaixo
Onde você poderia se encontrar
Se não dentro do teu próprio ser?

Ser esse que vaga mundo afora
Montanhas feitas de neve
Nuvens de açúcar
Corações de pedra
Ser esse que no mundo se perde
Mas que a esperança não se deixa largar
Ele pode estar aí agora
Pode estar sentado
Pode estar lendo
Ou pode até mesmo estar escrevendo uma poesia

E eu me embalo
Saio pela descida
Escorrego ladeira abaixo
Me jogo na estrada
Liberto
Corro
Ando
Pra ser poesia.

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