Onde, afinal, é o melhor lugar do mundo? Meu palpite: dentro de um abraço.
Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relogios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa sofre, dentro de um abraço se dissolve.
Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incerta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraiso.
O rosto contra o peito de quem te abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que se faz durante esse envolvimento fisico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz nenhuma se faz necessária, está tudo dito.
Que lugar no mundo é melhor para se estar? Na frente de uma lareira com um livro estupendo, em meio a um estádio lotado vendo seu time golear, num almoço em familia onde todos estão se divertindo, num final de tarde á beira mar, deitado num parque olhando para o céu, na cama com a pessoa que você mais ama?
Dificil bater essa última alternativa, mas onde começa o amor, senão dentro de um abraço? Alguns o consideram como algo sufocante, querem logo se desvencilhar dele. Até entendo que há momentos em que é preciso estar fora de alcance, livre de qualquer tentáculo. Esse desejo de se manter solto é legitimo, mas hoje me permita não endossar manifestações de alforria. Entrando na semana dos namorados (ou no outro més), recomendo fazer reserva num local aconchegante e naturalmente aquecido: dentro de um abraço que te basta..
(Palavras do Livro: Feliz por nada, Martha Medeiros)

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